quinta-feira, 4 de agosto de 2011

CICATRIZES


Cicatrizes



Tão profundas como os oceanos

Marcas que a vida se apressou

Em plasmar em reconhecimento

As dores e lamentos de minh’alma




Como o vento polar

Minha vida congelou com a tua partida

As flores perderam o perfume

O cristal perdeu o brilho e se quebrou




A natureza emudeceu seus sons

A primavera se fez luto

Os pássaros já não voam mais

As estrelas se apagaram




As lembranças são feridas abertas

Que insistem em sangrar

Quando me recordo de nossos beijos

De nossos momentos de amor




O vazio ocupou meu coração

Fazendo morada permanente

Trazendo o abandono e a escuridão

Na insalubre solidão de meus dias




Sigo pela vida sem direção

Faço das horas lento movimento

Para que não me distancie mais

De nosso passado de ternos momentos




Quisera retroceder no tempo

Para que pelo menos pela última vez

Nossos lábios voltassem a se encontrar

Sentir o calor de teu corpo junto ao meu




Pela ultima vez, ter os teus olhos nos meus

Viver a verdade daqueles instantes

Ouvir tua voz pronunciar, eu te amo!

E na fragilidade da expressão de um homem




Reconhecer a ternura da alma masculina

Agora, feita em pedaços, metades

Que não consegue mais se encaixarem

Como um quebra-cabeça que perdeu suas peças




Olho o horizonte de meus pensamentos

Que expressam pálido retrato de meus antigos projetos

Ruíram ante a desesperança que cala

E consome minha essência




Hoje reflexo de um mundo obscuro

E neste espaço restrito de meu coração

Reconheço este martírio em que minha vida se transformou

Pelas feridas e cicatrizes que deixaste em mim.




Roberto Velasco

Cicatrizes – 01/08/11

Esta poesia esta protegida pela lei dos direitos autorais.

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