sábado, 16 de julho de 2011

EU TE AMO





Eu Te Amo



Eu te amo
Quando estas a olhar para mim
Eu te amo
Quando estas a sonhar


Apaixono-me por tua fragilidade
Acaricio-me no veludo de tua voz
Que ressoa em cada aspecto de meu eu
Que domina, arrebata-me por inteiro


Sem que me ocupe
Em manifestar qualquer tentativa de fuga
Quisera em teu intimo habitar
Ser o ar que sustenta tua vida


Tua meiguice mexe comigo
Torno-me frágil diante de ti
Tamanha é a grandeza deste amor
Sinto-me perdidamente envolvido


Chegaste como astuta felina
Identificaste a tua presa
Preparaste o salto
E sobre meu coração pousaste


Na união de nossos lábios
Conduz-me a terra dos sonhos perfeitos
Com perfume de rosas
Onde a contemplação é o estado natural da vida


O dia em que teu coração
Cansar de pulsar
Saibas que te ofereço o meu
Para que eternamente possa eu viver em ti


Diga que me ama
Mais uma vez
Para que em teus braços
Eu adormeça junto ao calor de teu corpo


Saiba que te amo
Desde sempre
Em todas as primaveras
Colhi flores para o jardim de meu coração


Ser a morada perfeita
Para que pudéssemos viver
Na eternidade, que ansiosamente aguardava
Nosso amor, nossa paixão


Acontecer para sentir-se completa
Agora que conquistei o teu amor
E que tens o meu junto a ti
Conjugo o verbo amar em todos os tempos
Eu te amei, Eu te amo, Eu te amarei...



Autoria: Roberto Velasco
Eu te amo – 17/07/11
Esta poesia esta protegida pela lei dos direitos autorais.

METADES





Metades


Não sei, parece que me perdi
Em algum instante distrai-me
E já não me sinto mais inteiro
Vejo-me por metades


Perdidas e embaralhadas
Como peças caídas em um tabuleiro
Onde já não distingo a mais nada
Tomado por um vazio inaudível


Reflito e conjecturo hipóteses vãs
Inconsistentes, evasivas e sem nexo
Apenas metades de mim soltas
E entregues as avenidas da vida


Onde a direção ainda padece em definir-se
Tento inutilmente encontrar a luz
Mas nuvens espessas se impõem
Aos raios da consciência lúcida


Talvez não esteja mais disponível
Em minha agora confusa racionalidade
Compreender a angustia da qual sou tomado
Talvez, tenha que observar meus sentimentos


Sentimentos? Agora que ouso pensar neles
Caio no vazio de mim mesmo
Minh’alma profundamente inquieta
Enfraquece-se ao ver-se exposta


Como que a querer manter-se distante
Da atenção que a ela agora é dispensada
Mas, detenho-me e tomo-a
Em minhas mãos tremulas


Acolhendo-a carinhosamente e enternecido
Pela dor da qual se faz presença em sua essência
Dedico-lhe minha atenção e zelo
Apresso-me a ouvir seus reclamos


E nesta audição da qual me proponho
Faço-me espanto, faço-me incredulidade
Aterrorizo-me com o que ouço
Ajoelho-me em prantos diante de minha descoberta


Reluto ainda a aceita-la
Com a face banhada por rios de lagrimas
Tento consolar e encorajá-la
Mas sem argumentos me silêncio


Sem compreender em que momento
Meu coração foi alvejado
E aos poucos foi apagando sua luz
Até tornar-se dor, medo e desesperança


Não sabia eu que minh’alma
Servia-se do amor para manter seu brilho
Não sabia eu, que meu coração é amor
Mas que hoje, adormecido desta condição


Enclausurado pelas desilusões da vida
Foi lentamente perdendo sua intensidade
Sua consistência foi se exaurindo
Até restarem apenas metades do que já fui, apenas metades...


Autoria: Roberto Velasco
Metades: 10/07/11
Esta poesia é protegida pela lei dos direitos autorais.

PEQUENO CONTO DO AMOR PERDIDO





Pequeno Conto do Amor Perdido

Nos subterrâneos de meu coração busco forças para encontrar motivação para o dia seguinte. Cambaleio entre as lembranças já tão sacrificadas pelos dias vividos de dor, angustia e lamentações. Busco no passado algo em que me agarrar, mas minhas mãos trêmulas não encontram em que se sustentar.

Um coração dilacerado e pobre vibra lentamente, quase parando, prende-se a um sorriso e ao olhar terno de outrora, onde o amor vibrava como a mais eufórica alma infantil diante do presente tão aguardado. Estes, foram dias de encanto, amor, cuidado, pura cumplicidade que eram vividos ansiosamente a cada segundo e onde a ausência de um inspirava no outro a busca pelo reencontro imediato.

Estações e circunstâncias se sobrepõem, e este amor que se mantinha puro, cristalino e recíproco, mesmo diante dos inúmeros contratempos que eram direcionados a ele, situações estas, movidas pelo puro ego e inveja que foram se acumulando dia a dia construindo uma massa escura que lentamente sem que estes amantes o percebessem corrompia lentamente esse amor.

O tempo, implacável em sua manifestação agia sorrateiramente desestabilizando as bases deste amor que foram se abalando até finalmente ruir ruidosamente promovendo seqüelas consagradas em minha alma como o faz o ferro em brasa usado na identificação de uma nova propriedade.

Marcado, meu corpo treme, reclama a harmonia perdida, o amor consumido a presença distante, hoje, me entrego às lágrimas que vertem de meu coração e que absorvem todo o meu ser, como uma dor sentida e vívida e onde o antídoto ainda não o foi concebido.

Olho ao longe no horizonte de meu eu mais profundo e procuro juntar cada memória enriquecida por este amor como forma de manter-me preso a vida, ao por vir, mesmo que não encontre em si motivações que me levem a inspiração do recriar, reviver uma nova história.

Doce e serena alma que se distância por razões próprias do amor que de mim vertia diretamente a seu coração, hoje procura o seu reencontro consigo mesma, que esta busca seja coroada de êxito, sucesso e paz. Guardo em mim a fragrância de teu corpo, de tua alma, de teu amor um dia compartilhado com tanto encantamento e envolvimento.

Afasto-me pesadamente do paraíso de tua presença, e na ausência de mim mesmo me ponho a identificar o caminho ao caminhante, junto meus pedaços um a um reconheço-os e recolho-os com carinho e amor, guardo-os em meu coração para que se abriguem de suas dores, suas perdas e possam novamente recomporem o conjunto de meu eu, assim como a rosa vermelha não desabrocha e o quando pode não chegar, parto com passos arrastados e pesados olhando para o infinito e tentando encontrar uma explicação trazida pelas chuvas do inverno de minha alma para que lavem meu caminho desta vida sem amor e o transformem para o amor em uma vida trazendo as sensações do estar vivo mais uma vez.

Volto ao Caminho, sem a Rosa em minhas mãos, e novamente
Só Caminho...

Caminho só.

Autoria: Roberto Velasco
Pequeno Conto do Amor Perdido
28/03/11
Este conto esta protegido pela lei dos direitos autorais.

VIVER






Viver


Viver é um dom
Com o qual o espírito dota a personalidade
Na medida da aquiescência que esta lhe permite
No sentir a presença do divino


Os caminhos errantes são as lições não aprendidas
A falta de amor é o medo dissimulado
O imperdoável acusa a ausência de sentimentos
O desespero assume no descontrole


O íntimo carregado de correntes
Que aprisionam a consciência
Geram confusos pensar e agir
Sem dar margem a inspiração


Sem horizontes claros, perambulas
Pelas tuas dores e carências
Entrega-se a desesperança
Ao desatino de ilusórias reflexões


Semeias em solo árido, escassas sementes
Alentos tão frágeis quanto à própria vida
Refugia-se em egos permissivos
A uma falsa crença


Que sorrateiramente enlaça-o
Em difusas conclusões
Viciando-o a apelos camuflados
Pela extrema depressão ou enganosa euforia


Se vives em constante disparate
Abandona-te ao nada
Sossega tua mente, torne-a silenciosa
Apenas faculte a si, o ato de respirar


A seguir, junte suas mãos, mas não ore
Feche seus olhos, mas não repouse
Silencie-se, mas não se cale
Pacifique-se, mas não deixe de vibrar


Ponha-se de joelhos ao solo
Reverencie sua genitora
Reconheças que a ela retornará em teu ultimo suspiro
Abrande toda a revolta, apazigúe-se


Agora, e tão somente agora
Olhe para dentro de si
Observe o divino que la reside
Acalme-se, sorria, perceba a vida


Que lateja na presença do eterno criador que o habita
No esplendor do amor que o abriga
Na visão mais recôndita de teu ser
La esta, a presença que nunca o abandonou


Deus, em absoluta unicidade com você
O acolhe e o sustenta em suas dores
Então, sempre se ame
Apaixone-se demasiadamente por si mesmo.


Autoria: Roberto Velasco
Viver – 22/04/11
Esta poesia esta protegida pela lei dos direitos autorais.