quinta-feira, 14 de julho de 2011

CONSTELAÇÕES





Constelações


O universo infinito de meu eu
Converge a um ponto nevrálgico
Sustentado por insones atribulações
Geradas pelas dúvidas e pueris causas
Tão condensadas como os meteoros



Abstraio-me de minha presença
E invado esferas tão sensíveis
Quanto o universo mais insondável
Exerço orientações sobre causas e efeitos
Imperceptíveis a visão mais desatenta



Recaio sobre alusões e ilusões
Tão desconexas que me pareço
Levitar em pleno vácuo
Sem mensurar as proporções de suas consequências
Sustento tais animosidades internas



Outrora, tão ciente de minhas projeções
Hoje, movido pela incoerência das linhas do tempo
Ressurjo pensativo, metódico mas inconsistente
Ao deparar-me internamente com buracos negros
Que vão consumindo vãs respostas



Alienadas por consciência turbulenta
Onde as alturas se sobrepõem ao inferior
Mas que se submetem a dualidade
Aceitando aos opostos como unidade
Intrinsecamente relacionados por seus compostos



Ah! Vago por um espaço alheio
Projetando novas conquistas
Observações definidas e concretas
Certezas pautadas por sínteses
Arroladas em papiros seculares



Com que material fui forjado?
Que liga me sustenta neste quadrante?
De tormentos, conjecturas e desatinos
Experiêncio o inócuo como solução
Desagravo-me do compatível por conveniência



Verbalizo o dinâmico
Contenho o flexível
Libero o estático
Vivencio o insofismável
Consumo o imponderável



Constelações de idéias abstratas
São rejeitadas pelo pensamento
E não validadas como padrões
Difusas e ausentes da razão
Sofregadamente atuo como mediador



Procurando estabelecer a coerência
Na compilação de meus escritos
Subjugo-me a critérios
Mais audazes
Que se norteiem por conexões palpáveis



Ergo meus olhos em busca das estrelas
Eqüidistantes e pontualmente situadas
Em linhas medidas por ímpar consciência
Seria eu meticuloso em construir tais medidas?
Que expressem minhas próprias convicções
De meu mais infinito e profundo cosmos interno, seria?



Autoria: Roberto Velasco
Constelações – 02/05/11
Esta poesia esta protegida pela lei dos direitos autorais.

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