Mentiras
Faço de meus pensamentos
Ardilosas encenações a me encantarem
Transitei incólume pelas vidas
Sem me permitir envolvimentos
Sempre estive descomprometido
Ausentei-me nos momentos
Em que percebia riscos
Abandonei presenças por puro temor
Onde a luz do amor parecia me arrebatar
Manipulei sentimentos, gerei fascínios
Nos quais sentia uma falsa segurança
Sustentada pela ilusão do medo
Que tempo perdido!
Movimentos mal construídos
Corações dilacerados pelos temores
Angustias desenfreada semeei
Abusei da sedução
Como instrumento de domínio
Sobre corações que se entregavam
Pela pureza do amor contido em suas almas
E agora, aqui estou
Preso a minha própria teia
Sem forças para lutar
Sem ter para onde evadir-me
Insisto em me debater
Diante deste que para mim
É um flagelo, terreno perigoso
Temido e evitado ao longo de eons de tempo
Mas que agora se abate sobre meus dias
E que de forma definitiva a mim se impõe
Me enfraquecido encontro
Diante de olhos tão significativos
De sorrisos tão espontâneos
Viajo sob plumas ao tocar em teu corpo
De fala tão suave e envolvente
Enfeitiço-me na audição de teus discursos
Teus lábios procuram os meus
Fragilizado me entrego aos teus
Sem expressar resistências
E agora, o que estou a permitir?
De inseguranças minhas horas são compostas
O que tanto evitei, hoje, torna-se busca compulsivamente
Mas como afastar-me desta atração?
Este sentimento por mim tão desconhecido
Mas que agora, sinto-o
Como se dele fosse parceiro, intimo
Assusto-me com minhas sensações
Sem evitá-las, as busco reconhecer em ti
Prisioneiro desse amor do qual sou tomado
Encontro a liberdade em teus braços
Cansado das mentiras do passado
Dedico-me a descobri-me neste amor
Sou menino diante de ti
Apanha-me pela mão
Conduza-me ao que é o amor
As verdades que somente o amor revela
Sem mentiras, apenas as verdades
Expressam-se no ato de amar, amar...
Autoria: Roberto Velasco
Mentiras – 06/07/11
Esta poesia é protegida pela lei dos direitos autoriais.
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