sábado, 16 de julho de 2011

PEQUENO CONTO DO AMOR PERDIDO





Pequeno Conto do Amor Perdido

Nos subterrâneos de meu coração busco forças para encontrar motivação para o dia seguinte. Cambaleio entre as lembranças já tão sacrificadas pelos dias vividos de dor, angustia e lamentações. Busco no passado algo em que me agarrar, mas minhas mãos trêmulas não encontram em que se sustentar.

Um coração dilacerado e pobre vibra lentamente, quase parando, prende-se a um sorriso e ao olhar terno de outrora, onde o amor vibrava como a mais eufórica alma infantil diante do presente tão aguardado. Estes, foram dias de encanto, amor, cuidado, pura cumplicidade que eram vividos ansiosamente a cada segundo e onde a ausência de um inspirava no outro a busca pelo reencontro imediato.

Estações e circunstâncias se sobrepõem, e este amor que se mantinha puro, cristalino e recíproco, mesmo diante dos inúmeros contratempos que eram direcionados a ele, situações estas, movidas pelo puro ego e inveja que foram se acumulando dia a dia construindo uma massa escura que lentamente sem que estes amantes o percebessem corrompia lentamente esse amor.

O tempo, implacável em sua manifestação agia sorrateiramente desestabilizando as bases deste amor que foram se abalando até finalmente ruir ruidosamente promovendo seqüelas consagradas em minha alma como o faz o ferro em brasa usado na identificação de uma nova propriedade.

Marcado, meu corpo treme, reclama a harmonia perdida, o amor consumido a presença distante, hoje, me entrego às lágrimas que vertem de meu coração e que absorvem todo o meu ser, como uma dor sentida e vívida e onde o antídoto ainda não o foi concebido.

Olho ao longe no horizonte de meu eu mais profundo e procuro juntar cada memória enriquecida por este amor como forma de manter-me preso a vida, ao por vir, mesmo que não encontre em si motivações que me levem a inspiração do recriar, reviver uma nova história.

Doce e serena alma que se distância por razões próprias do amor que de mim vertia diretamente a seu coração, hoje procura o seu reencontro consigo mesma, que esta busca seja coroada de êxito, sucesso e paz. Guardo em mim a fragrância de teu corpo, de tua alma, de teu amor um dia compartilhado com tanto encantamento e envolvimento.

Afasto-me pesadamente do paraíso de tua presença, e na ausência de mim mesmo me ponho a identificar o caminho ao caminhante, junto meus pedaços um a um reconheço-os e recolho-os com carinho e amor, guardo-os em meu coração para que se abriguem de suas dores, suas perdas e possam novamente recomporem o conjunto de meu eu, assim como a rosa vermelha não desabrocha e o quando pode não chegar, parto com passos arrastados e pesados olhando para o infinito e tentando encontrar uma explicação trazida pelas chuvas do inverno de minha alma para que lavem meu caminho desta vida sem amor e o transformem para o amor em uma vida trazendo as sensações do estar vivo mais uma vez.

Volto ao Caminho, sem a Rosa em minhas mãos, e novamente
Só Caminho...

Caminho só.

Autoria: Roberto Velasco
Pequeno Conto do Amor Perdido
28/03/11
Este conto esta protegido pela lei dos direitos autorais.

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