">Inocência
Sob a brisa da manhã de outono
Observo o firmamento
Distante, contemplativo, incrédulo
Em um momento a possuía
Em outro a perdia
E no agora o que há?
Se não frias lembranças
Que as estações insistem em apagar
O tempo exerce a sua ação e não me contenho
Nos fios de teus cabelos me perdia
Na alegria de teu sorriso experimentei a felicidade
Na melodia de tua voz apaziguava minha intensidade
Perdido, tendo apenas o horizonte
Na certeza deste instante
Repouso minha dor
O que foi amor
Hoje, se mostra ilusão
E o amanhã, senão decepção
Sonhos desmoronam como castelos na areia
Inocência perdida na essência impura
O brilho da vida empalidece
Na solidão da montanha
Ao alto observo o vôo do falcão
Na espreita de sua presa
Vejo-me como a presa
Sem refúgio a abrigar-me
Inocentemente entregue as malhas da vida
Autoria: Roberto Velasco
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