Indiferença
Penso que não aprendi nada
Se a cada movimento que faço
Distâncio-me mais de você
Até perder-te de vista
Procuro-a nos mesmos lugares
Que tanta felicidade experimentamos juntos
Percorro os mesmos caminhos
Agora, com tantas pedras que os desconheço
Os dias passam lentamente
Como que a quererem não distanciar-se
Daquele tempo em que éramos um
Mas que hoje, a realidade insiste em não reconhecer
Sinto no olhar das pessoas
A tentativa de identificarem-me
Vêem-me como se metade de mim houvesse partido
Vago incompleto a tua procura
Insondáveis são meus pensamentos
Indescritíveis minhas emoções
Que será de mim?
Que será de nós?
Inutilmente persigo-a em meus sonhos
Sem experimentar a doce presença de tua alma
Tomo-me por plena insegurança
Sem tua mão a segurar
Causa-me espanto
Não aceito tal existência
Sinto-a em todos os espaços
Mas não lhe alcanço a tocar
De tantas alegrias se fizeram nossos momentos
Que o mundo a nossa volta era apenas
Uma pálida imitação do paraíso que vivíamos
Nossas cores se faziam de brilho incomum
Descrever-te é tarefa do divino
A tua sensibilidade humanizou-me
Teu amor e carinho me sensibilizaram
Que me desconheço diante do reflexo de minha imagem
Como viver sem teu perfume
Meus dias perderam a cor
Meus olhos o brilho
Meu coração a luz
E agora, que faço?
Sem tua presença sinto-me desorientado
Permitindo que as ondas do tempo
Consumam meus dias
Não sei em que momento nos perdemos
Mas sei que a procuro e não a encontro
Porque te escondes de mim?
Porque tamanha indiferença?
Quando sabes que de mim sempre o amor
terás
Amo-te mesmo quando me disseste adeus
E é este adeus que me martiriza
Decretas-te a morte, o fim sem misericórdia
Teria deus levado-a de volta ao paraíso
Teria ganho asas e retornado aos céus
Meu coração sangra e assim concedo crédito
A estas ilusões do que acreditar
Em demasiada indiferença.
Autoria: Roberto Velasco
Indiferença – 17/04/11
Esta poesia esta protegida pela lei dos direitos autorais.
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