">Coração cigano
Lá se vai
Mais uma vez
Coração alado
Sem paradeiro fixo
Ela voa... Voa sem se identificar
A nada, a ninguém
Deixando sentimentos dilacerados
Comprometidos e leais a um postiço amor
Que sina, que destino a compromete?
A frieza de seu coração
Identifica-se com as mais espessas geleiras
Com o vento norte mais gélido
Sem abrigo definitivo
Esta a procura de seu eu
Encontra apenas o vazio em si mesma
A cada novo amor, novas juras
A cada beijo, uma nova ilusão
A cada afago, uma nova corrente
Seus atributos cintilam como ouro
Envolve como uma cobra sinuosa
Sua presa até imobilizá-la
Apenas usufrui da essência que extrai
Sem pudor ou sensibilidade
Exerce seu fascínio e abandona
Instala-se, ocupa e afasta-se
Cansada desta rotina
Quando há de cessar esta busca?
Como um andarilho
Vagueia sem rumo certo
Experimentando inocências das quais se aproxima
Um canto silencioso
Ecoa em seu peito
Na escolha de nova vítima
De seu intenso coração cigano
Autoria: Roberto Velasco
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