Viver
Viver é um dom
Com o qual o espírito dota a personalidade
Na medida da aquiescência que esta lhe permite
No sentir a presença do divino
Os caminhos errantes são as lições não aprendidas
A falta de amor é o medo dissimulado
O imperdoável acusa a ausência de sentimentos
O desespero assume no descontrole
O íntimo carregado de correntes
Que aprisionam a consciência
Geram confusos pensar e agir
Sem dar margem a inspiração
Sem horizontes claros, perambulas
Pelas tuas dores e carências
Entrega-se a desesperança
Ao desatino de ilusórias reflexões
Semeias em solo árido, escassas sementes
Alentos tão frágeis quanto à própria vida
Refugia-se em egos permissivos
A uma falsa crença
Que sorrateiramente enlaça-o
Em difusas conclusões
Viciando-o a apelos camuflados
Pela extrema depressão ou enganosa euforia
Se vives em constante disparate
Abandona-te ao nada
Sossega tua mente, torne-a silenciosa
Apenas faculte a si, o ato de respirar
A seguir, junte suas mãos, mas não ore
Feche seus olhos, mas não repouse
Silencie-se, mas não se cale
Pacifique-se, mas não deixe de vibrar
Ponha-se de joelhos ao solo
Reverencie sua genitora
Reconheças que a ela retornará em teu ultimo suspiro
Abrande toda a revolta, apazigúe-se
Agora, e tão somente agora
Olhe para dentro de si
Observe o divino que la reside
Acalme-se, sorria, perceba a vida
Que lateja na presença do eterno criador que o habita
No esplendor do amor que o abriga
Na visão mais recôndita de teu ser
La esta, a presença que nunca o abandonou
Deus, em absoluta unicidade com você
O acolhe e o sustenta em suas dores
Então, sempre se ame
Apaixone-se demasiadamente por si mesmo.
Autoria: Roberto Velasco
Viver – 22/04/11
Esta poesia esta protegida pela lei dos direitos autorais.
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