segunda-feira, 11 de julho de 2011

ESPELHO D'AGUA





Espelho D’água


Procuro-te com os olhos do coração
Revela-te diante de mim
Sem expressar-se através de máscaras
Mostra-se como as manhãs de verão


Entre rompantes e meiguices
Faz-se nu diante de meus olhos
Nas tuas intenções e atitudes
Na fragilidade e na intensidade


Repercute em minh’alma
Ao ver-te tão transparente
Translúcida como a luz mais pura
Tão significativa e imponente


Causa-me espanto
Retraio-me e me exponho
Palavras desapegadas de diplomacia
Com naturalidade as domina


Mas conheço tua alma
Leio-a em teus mais singelos sorrisos
Em teus mais profundos medos
Na expressão de teus devaneios


Sugeres tua impetuosidade
No ardor de teu desejo de ser amada
E amar na mesma medida
Criando relação simbiótica


Na qual possa sentir-se livre
E conceder liberdade
Perceber-se protegida
E conceder proteção


Tua companhia completa-me
Permita-me desvelar teus últimos segredos
Para que na comunhão de teus dons
Possa eu ser a parceria perfeita


Em um caminho
Onde as estrelas e a lua
Possam clarear este encontro
Eternizando este sentimento


Sensibilizo-me com tua expressão
Reconheço o valor contido em teu peito
O fervor de tua fé
O amor tão somente pelo próprio amor


Aguardas os raios de sol
Para refletir seu brilho
Como o espelho d’água
Após serena chuva de primavera
Repouso diante da nudez de tua alma.


Autoria: Roberto Velasco
Espelhos D'agua - 28/05/11
Esta poesia é protegida pela lei dos direitos autorais.

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